quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A semente.

   Há mais de um ano não piso aqui. Neste período, continuei tentante, desisti, entreguei a Deus, relaxei nos métodos anticoncepcionais, não quis engravidar de jeito nenhum, decidi deixar a vida correr. Há treze dias descobri que estou grávida. Confesso que não programei o que vou escrever aqui, decidi respeitar o fluxo do pensamento. Só penso que no futuro, meu(a) filho(a) estará visitando essa página pra tentar entender como a mãe era antes de seu nascimento e como foi a construção do nosso vínculo. Fico confusa, se escrevo diretamente a ele , ou se faço um texto corrido. Tudo é tão novo...
   Juro que tem hora que não acredito. As vezes paro, me olho no espelho, não vejo nada diferente. Mas sinto. Sinto que não posso mais exagerar no doce, me estressar por bobagem, ser intempestiva. A vontade de comer sushi também tá sendo deixada para outro momento. Fome agora virou uma constante. Poucos dias da descoberta, mas já me percebo diferente nas prioridades. Qual o limite desse sentimento, meu Deus? 
   Agora entendo que não sou só eu quem dita o curso da minha vida. Tive muito medo de estar grávida, mas na hora das duas listrinhas do teste de farmácia, já não quis mais que minha condição fosse outra. Muito louco isso, louco mesmo. 
   Agora estou aqui, 14 meses depois de ter criado este blog, ressuscitando ele, por que não penso outra coisa além de neném que vem, providências futuras, responsabilidades novas, rotina modificada. Uma vontade de acelerar o relógio me consome, e pela primeira vez na vida, me incomodo por não ter barriga aparente. 
   Ainda não sinto enjôo, sono excessivo, instabilidade no humor, dor nas costas. Só sinto sentimento. É uma gratidão, uma vontade de passar pros meus a paz que mora em mim, um amor por meu esposo que agora se multiplica, dia a dia, tomando forma e se desenvolvendo de maneira simbólica e real. A sementinha ainda nem é um feto. Pra se transformar num neném vai demorar um pouco, mas eu, apesar da ansiedade, peço que tudo aconteça no tempo certo, assim como foi a surpresa da sua existência. 
   Vou chorar ouvindo batidas de coração nos dias de USG, vou sonhar com seu rostinho enquanto faço o enxoval, vou compartilhar com o Papai o que acontece a cada semana no seu desenvolvimento. Vai ser lindo. Já está sendo. E eu digo mais o quê? 
   Falo mais nada, só deixo registrado aqui o momento de amor e alegria que foi quando o milagre da vida foi descoberto. 


   

Um comentário:

Magda Albuquerque disse...

Que tanto amoooooooooooooooooooooor!
Meu Deus, que linda!
Eu sinto que vou ser bem assim feito tu, toda amor, amor transbordando de verdade, e uma paz gigante. Me identifico!

Que cada dia você sinta coisas mais lindas, e quanto o buchinho começar a aparecer você não se canse de amá-lo. Todo amor do mundo nessa sua jornada, Angica. E vou ficar acompanhando por aqui. ;)

Beijooooo :*