segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Xô pressão!

Oração ao tempo
(Caetano Veloso)

"És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo.

Estamos em stand by nas tentativas da gravidez por causa do meu tratamento do estômago. Acho que é por isso que estou num marasmo criativo para escrever sobre assuntos que remetam a gravidez, apesar de ter uma lista de possíveis temas. Apertei o start, mas a imagem que aparece é aquela do "loading". E por mais que eu me declare tentante, ainda não estou neste posto. Faltam 15 dias, para o início de uma jornada que não sei quanto tempo durará. Não sei se passarei 1 mês, 1 ano ou 3 tentando. Quiçá, se engravidarei! Uma certeza eu tenho: vou ser mãe. Biológica, adotiva, do coração, serei!  Essa falta de garantias temporais poderia me deixar receosa, mas não me sinto amedrontada, pois o tentar também é uma delícia de viver. Pelo menos eu acho que é. Quero aproveitar o tempo que me resta para curtir a vida sem filho. Sem entrar na vibe da auto-pressão.

Imagem daqui.
Antes, como método de contracepção, utilizava um aplicativo no celular que me dizia quando o meu período fértil estava se aproximando. A primeira coisa que fiz, quando finalmente decidi focar minha atenção às questões sobre gravidez, foi exclui-lo, pois o danado me deixava numa apreensão daquelas, e não seria diferente se eu o utilizasse para outros fins. A ansiedade é marvada demais, e o desafio desta fase será o exercício de não deixá-la atrapalhar o curso das tentativas. O que me fará vencê-la, apesar de contraditoriamente eu tá dando ênfase a ela neste momento, será a leveza com que quero tratar do assunto. Nada de tá comprando testes de gravidez todos os meses, ou obrigando o marido a comparecer na "semana premiada" nos dias que ele chegar zumbi do trabalho. Quero respeitar meu tempo, nosso tempo enquanto casal, as  limitações e os sucessos. A natureza é quem manda!
Acho que o segredo está exatamente em não entrar na onda da pressão, interna e externa. E é assim que vou seguir, acreditando que a condição de ainda não ser mãe, também me trás benefícios. Gosto de dormir, comer doce, sair sem hora pra voltar, tomar um copinho de cerveja, viver essa vida atual. 
Por isso, digo: Amo a vida! A minha, a nossa, a do filho que vem. E se você me perguntar, o que acho mais lindo disso tudo, direi: o respeito ao tempo. 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Existe o dia da Gestante!

Entrando na onda da moda, onde todo dia é dia de comemorar algo, e achando super fofo o dia de hoje ser da Gestante, passo rapidão para prestar minha homenagem à todas as mulheres: mães, gravidinhas e futuras.


Segue uma definição muito massa de "Desejo",  palavra de significado tão abrangente, e super presente na vida das gestantes e tentantes. Extraí  da obra de Adriana Falcão, Pequeno Dicionário de Palavras ao Vento que eu aprecio por demais e quero dividir com vocês.

Desejo
Para bebê, colo de mãe.
Para mãe, riso de filho.
Para os cabelos, vento.
Para chuva, pára-brisa.
Para brisa, rede.
Para os olhos, paraísos.
Para isolados, visita.
Para visita, atenção.
Para teimosia, não.
Para adolescente, chão.
Para adulto, ser criança.
Para sobreviver, trabalho.
Para trabalho, pagamento.
Para pobreza, justiça.
Para cima, elevador.
Para baixo, tobogã.
Para casados, liberdade.
Para solteiros, companhia.
Para companhia, uma boa pessoa.
Para pessoas em geral, alegria.
Para coisas, nomes.
Para menina, cor de rosa.
Para flor, um regador.
Para dor, anestesia.
Para prazer, suspiros.
Para as mãos, apertos.
Para os pés, descanso.
Para o cansaço, sono.
Para mertiolate, sopro.
Para agonia, calma.
Para a alma, céu.
Para um corpo, outro.
Para a boca, beijo.
E comida para todos.


Espero que gostem!

Beijo nos buchos que tem neném, e abraço apertado em todos os outros.




segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Se é pra mudar, a gente muda!

Desde que a ideia de engravidar pairou no meu pensamento, tomei algumas medidas que já refletem diretamente no meu estilo de vida. É engraçado como pensar em ter filh@ já mexe com a vontade de cuidar de mim, da casa, do casamento, dos laços afetivos que a gente estabelece com família e amigos. Atitudes que sempre eram adiadas, agora saem do papel e tomam forma para que eu esteja “preparada” quando o momento da dádiva chegar. Eu, como tentante, estou muito aplicada. É uma espécie de busca evolutiva, amadurecimento mesmo.
A primeira ação foi marcar os principais médicos para um check-up, coisa que não faço há anos. Fui à Ginecologista, fazer o preventivo, ao Clínico, para os exames de rotina, e ao Gastro, para investigar um incômodo que sentia na região abdominal. O maridão entrou na onda, e marcou consulta com o Ortopedista para tratar do joelho podre que o impede de praticar atividades físicas (leia futebol, sua grande paixão). O aparelho reprodutivo está nos trinques, as taxas também estão nos conformes, mas descobri que tenho uma bactéria do tecido do estômago, que me força fazer um tratamento com antibióticos de 35 dias. Também tenho me policiado na alimentação, que desde sempre foi desregrada. Precisei fazer um exame Beta-HCG, para não correr o risco de tomar a medicação estando grávida (isso pode ocasionar má formação fetal, vocês sabem né?), mas esta experiência contarei em outro post. {Caramba, 35dias é o prazo para liberar a fábrica e trabalhar arduamente na produção d@ neném!}.
Outra atitude foi entrar no pilates. Pesquisei os benefícios da atividade para grávidas e fiquei bem entusiasmada. E essa atitude, que me tira do sedentarismo, motiva também a buscar outras práticas esportivas, como nadar e correr. Meu humor e autoestima deram um up, e já me sinto uma esportista de primeira, mesmo com todo amadorismo.
A mudança mais radical tem sido a espiritual. Nunca fui de frequentar culto, missa, terreiro, centro espírita, a não ser quando eu tinha um paquera que também ia à igreja aos domingos. Mas ir com o coração aberto, tem sido a primeira vez. A decisão veio depois de uma conversa com Fausto, meu digníssimo. Refletimos sobre a importância do noss@ filh@ vivenciar uma prática religiosa, para quando tiver capacidade de refletir, ter referências para escolher o que quer seguir ou não acreditar em nada.
Com isso, estamos investindo mais na nossa própria religiosidade, olhando mais intimamente o lado de dentro e a experiência tem sido magnífica! Espero que um dia, El@ possa ler esse blog e ter a consciência de que nos modificou mesmo quando ainda era apenas uma ideia. Valeu, filhote.
Quero também, que El@ saiba que no primeiro dia do SUPREMÃES, que está sendo construído por causa del@, a página recebeu aproximadamente 150 curtidas. E que essa atitude generosa de vocês, que não conhecem minha forma de escrever, nem sabem se vou postar legalzices ou balelas, me deixaram muito feliz e motivada. Fico agradecida com o voto de confiança, pessoal. De verdade. ;) 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Click, você existe?

Aos 25 anos eu já dizia "Biologicamente, me sinto preparada para ser mãe." Tudo balela. A gente sempre tem algo que precisa concretizar primeiro. Terminar a faculdade, casar, comprar um carro, ter uma casa e dindin suficiente para sustentar uma criança. Daí, você conquista tudo isso e vem outros planos: fazer aquela viagem de 3 meses pela Europa que você sonha desde os 15 anos, passar no mestrado, voltar a morar próximo da família. Dois anos de casamento passam, o marido começa a compartilhar o desejo de ser pai, e você fica ali, sem saber direito quando será o momento propício, achando que quando chegar a hora certa da decisão, acontecerá um click. Tudo vai clarear sua mente numa bela manhã de primavera, e subitamente, você sentirá a maturidade necessária para ser mãe. Finalmente dirá: Pronto, chegou a hora!
Imagem retirada daqui
O que tenho percebido é que todos os auto-boicotes existentes não passam de insegurança, medo. Medo de não conseguir ser uma boa mãe,  medo de não passar os valores necessários para que futuramente o filho seja uma pessoa íntegra, medo de não conseguir lidar com as mudanças no corpo que vem depois da gravidez, medo de faltar algo que seja fundamental para formação da futura pessoinha, medo do marido arranjar outra pessoa mais nova e penteada por causa das mudanças que um filho proporciona na vida do casal, medo de cometer os mesmos erros que outras mães (inclusive a sua) cometeram, entre outros monstrinhos. Mas o que não dá é para deixar de viver algo tão sublime por causa de temores infundados, baseados em histórias que não foram suas, de causos que a amiga da prima do irmão da vizinha contou. Não estamos isentas de errar, encontrar dificuldades na trajetória da maternidade, mas acredito que se não houver coragem, a gente nunca vai sair da zona de conforto que é cuidar unica e exclusivamente de nossa  própria vida e pronto. Cabou-se.
Acredito que não exista o Manual da Boa Mãe. Se houver, me digam. Ainda não tive acesso a ele. Acho que se a gente não lutar contra nossa insegurança, a vida vai passar, e não vamos conseguir acompanhar. Que apesar da maravilha que é a independência de não ter bebê em casa, que chora, que faz cocô, que precisa da gente pra sobreviver, podemos tá sendo injustos com nossa trajetória e perdendo o mais legal da vida, que é procriar, criar, recriar, recrear.
Coragem para os desafios nunca me faltou, e apesar de não saber se um dia o click vai acontecer, sou teimosa, e a partir de agora, me declaro tentante. Tentante à felicidade, tentante à intensidade, tentante ao amor expandido, tentante à maternidade.